segunda-feira, 15 de abril de 2013

                               Liderança e processo de tomada de decisão

Introdução

Neste tema vai se desenrolar questões ligadas a liderança e ao processo de tomada de decisão nas organizações escolares.

Falar da liderança e o processo de tomada de decisão nas organizações é tocar nos aspectos muito substanciais em qualquer organização escolar, pois a qualidade de processo de ensino e aprendizagem depende de como é encarada a liderança e como é procedido o processo de tomada de decisão.

Para dar corpo a este tema, os pontos a serem abordados vão obedecer a seguinte sequencia:

·         Definição do conceito de liderança;

·         Elementos essenciais da liderança;

·         Características de um líder eficaz;

·         Tipos ou estilos de liderança (estilo mais apropriado para a realidade escolar);

·         Definição de tomada de decisão ;

·         As principais etapas de tomada de decisão;

·         Técnicas de tomada de decisão;

·         Relação entre o processo de tomada de decisão e a liderança.

 

 

 

 

 

Definição de liderança

Liderança -é o processo de exercer influencia sobre o individuo ou grupo de indivíduos através da comunicação, nos esforços para a realização de um objectivo em determinada situação. Chiavenato, (1999)

Megginson (1998), define a liderança como sendo um processo através do qual um individuo influencia os membros do grupo, tendo em vista o alcance de metas organizacionais.

Para Robbins (2002), liderança é a capacidade de influenciar um grupo em direcção ao alcance de um determinado objectivo e advoga que a origem dessa influência pode ser formal, como conferida por um alto cargo na organização, assim como informal.

Na luz destas definições, a liderança é o processo de influenciar por meio de comunicação um indivíduo ou grupo de pessoas para trabalharem com vista ao alcance de objectivos pré definidos.

Elementos essenciais da liderança

O processo de liderança é baseado pelos seguintes elementos:

- Existência de duas ou mais pessoas;

- Influencia sobre essas pessoas ;

- Processo de comunicação como meio de liderança;

- Existência de um objectivo comum

Características de um líder eficaz

Para que o líder consiga influenciar os membros para o alcance dos objectivos da organização, este deve possuir algumas características que o distingue dos outros membros. Assim, de acordo com Robbins (1994), o líder eficaz deve possuir as seguintes características:

- Ter autoconfiança ;

- Conseguir que o trabalho seja correctamente executado;

- Demonstrar interesse pessoal pelos problemas dos seus subordinados;

- Desenvolver um bom trabalho de equipa;

- Fazer com que os outros o percebam como um bom companheiro ;

- Inspirar confiança nos subordinados ;

- Ser bondoso mas sem demonstrar fraqueza;

- Liderar e não comandar;

- Ser capaz de resolver e enfrentar corajosamente os problemas.

Estilos de liderança

De acordo com Chiavenato (1987), Megginson (1986) e Robbins (2004), os estilos de liderança podem ser: autocrático, participativo, democrático e liberal.

1.       Liderança autocrática

Na liderança autocrática, o líder fixa directrizes sem a participação do grupo (professor ou o conselho da escola em geral), determina as técnicas para a execução das tarefas;

Limita-se a comunicar aos seus subordinados o que eles tem de fazer e espera ser obedecido sem problemas;

O líder é visto como “forcador, dominador” ;

O líder tem uma postura essencialmente directiva, dando instruções concretas, sem deixar espaço para a criatividade dos subordinados.

As consequências desta liderança estão relacionadas com uma ausência de espontaneidade e de iniciativa por parte dos liderados, bem como pela inexistência de qualquer amizade no grupo (entre o líder e os liderados). O trabalho só se desenvolve na presença física do líder, visto que quando este se ausenta, o grupo produz pouco e tende a indisciplinar-se, expandindo sentimentos de opressão. O líder provoca grande tensão, agressividade e frustração no grupo.

2.       Liderança participativa

Nesta liderança, o líder envolve os subordinados no processo de tomada de decisões mas retém sempre a autoridade final, isto é, tem sempre a ultima palavra.

3.       Liderança democrática

O líder envolve bastante os seus subordinados no processo decisório.

É o grupo em conjunto que esboça as providências e técnicas para atingir os objectivos.

As directrizes são decididas pelo todo grupo. O líder tenta ser um membro igual aos outros elementos do grupo.

Esta liderança promove o bom relacionamento e amizade entre o grupo. O comportamento do líder é essencialmente de orientação e de apoio.

Surgem em resumo grandes qualidades de relação a nível interpessoal, bem como bons resultados do processo de ensino e aprendizagem.

4.       Liderança liberal

O líder é permissivo, deixa os seus subordinados fazerem fundamentalmente o que querem. Os liderados tem liberdade total para tomar decisões quase sem consultar o líder. Os elementos do grupo tendem a pensar que podem agir livremente, tendo também as vezes o desejo de abandonar o grupo, visto que não esperam nada do líder.

Nesta liderança, reina a desorganização, a confusão, o desrespeito e a falta de uma voz que determine funções e resolva conflitos.

 

Mediante a estes estilos de liderança, para a realidade escolar, cabe ao líder (director ou DAP) escolher o estilo que melhor se adapte ao real comportamento dos seus subordinados. Mas o melhor seria o estilo que mais resultados positivos tragam, quer para o líder, quer para os professores ou comunidade escolar em geral. Neste caso o estilo mais apropriado seria o democrático, visto que promove o bom relacionamento e amizade entre toda a comunidade escolar e os professores sentem-se motivados por trabalharem em conjunto com líder.

Entretanto, salienta-se que a liderança democrática por si só não é a mais apropriada ou seja, nenhum estilo é melhor que outro. (acho).O líder deve estar atento as mudanças comportamentais dos seus subordinados, competências do grupo, sempre que a situação permitir pode adoptar outro estilo de liderança.

Por exemplo, um líder (DAP) liberal que perceba que os seus colaboradores (professores) demoram com a entrega do aproveitamento trimestral, pode adoptar um estilo mais autoritário.

Da mesma forma um líder democrático que perceba que os seus colaboradores são competentes e dedicados em todas actividades escolares, pode optar em algum momento por liderança liberal (deixando-os a trabalhar livremente) pois depositou confiança neles.

Os estilos vão variando conforme a motivação dos professores ou da comunidade escolar em geral.

Sendo a motivação das pessoas variada e variável, a escolha do estilo de liderança deve ser bastante flexível e dinâmica. Portanto, não há normas rígidas ou regras. É importante atender que quanto mais congruente for o estilo adoptado com as motivações do grupo, mais provável é que a liderança corresponda ao que os liderados esperam dela. Fachada (2000)

Um estilo de liderança tem de estar adaptada a cada sujeito (professor) ou equipa e a tarefa em causa. Consoante as diferentes tarefas, o mesmo indivíduo pode ter mais eficácia com estilos de lideranças também diferentes.

Assim,” a liderança é mais arte do que ciência. Nessa arte, o líder tem de aplicar a sua experiencia e o seu bom senso para decidir quando, como e com quem deve usar cada um dos estilos de liderança.” Estanqueiro, (1992)

Contudo, uma liderança apropriada a realidade escolar é aquela que atende as necessidades concretas dos professores ou de toda a comunidade escolar.

Mas é importante salientar que é sempre conveniente o líder optar em liderança democrática numa primeira fase. Os outros estilos vão ser implementados sempre que o grupo demonstrar um comportamento que obrigue uma mudança de liderança por parte do líder.

 

Tomada de decisão

Definição de tomada de decisão

Segundo Menterberg citado por ferrow (1972:219), tomada de decisão é um conjunto de acções e factores dinâmicos e cognitivos que tem inicio com a identificação de um problema e qual desencadeia uma acção e termina com a escolha de um plano de acção (dentre vários).

 

Etapas fundamentais de tomada de decisão

O processo de tomada de decisão é baseado nas seguintes etapas principais:

1.       Definir e diagnosticar o problema

Nesta etapa faz-se o levantamento dos dados e factos relativos ao problema (causas e possíveis implementações na organização).

2.       Definição de objectivos

Onde se identificam os que se pretendem alcançar com a tomada de decisão.

3.       Levantamento das alternativas possíveis

Depois de identificado o problema real, faz-se o levantamento das alternativas possíveis.

4.       Avaliação e comparação das alternativas

Nesta etapa verificam-se as vantagens e desvantagens de cada alternativa ou curso de acção, compara-se e faz-se a avaliação custo/beneficio para se verificar as possíveis consequências de cada alternativa.

5.       Selecção da melhor alternativa

Nesta etapa, parte se de principio que a alternativa seleccionada é satisfatória e não a óptima.

6.       Implementação e monitoria da alternativa seleccionada

A implementação de alternativa escolhida implica, em primeiro lugar, planear a implementação, onde devera haver a alocação correcta dos recursos, estabelecimento do orçamento, cronograma para o cumprimento das acções e atribuição de responsabilidades.

O processo de monitoria é que fornece o feedback porque a tomada de decisão é contínua e pode desencadear um novo ciclo. Quando há feedback o risco no novo ciclo torna-se reduzido.

Técnicas de tomada de decisão

1.       Brainstorming

É uma técnica de gerar ideias para a solução do problema que consiste na apresentação de alternativas pelos membros do grupo sem qualquer análise crítica.

2.       Grupo Nominal

É uma técnica que, fundamentalmente se traduz numa reunião de grupo em que os seus membros apresentam as suas ideias face a face, mas numa forma sistemática e independente.

O processo de grupo nominal segue as seguintes etapas:

- Apresentação do problema;

- Geração de ideias;

- Apresentação individual e registo de cada ideia;

- Clarificação e discussão das ideias apresentadas;

- Ordenação e classificação das ideias apresentadas;

- Classificação global

3.       Método Delphi

Funciona como a técnica do grupo nominal, mas sem a presença física dos membros e contempla as seguintes fases:

- Identificação do problema e apresentação do questionário aos membros do grupo;

- Resposta ao questionário de forma anónima e independente;

- Compilação das respostas e sua distribuição pelos membros do grupo acompanhadas de questionário revisto;

-respostas ao novo questionário da mesma descrita na segunda fase;

-repetição da 3ª e 4ª fase ate se atingir uma solução de consenso.

4.       Reuniões electrónicas

A técnica das reuniões electrónicas é um dos métodos mais recentes no que se refere as decisões em grupo, onde se aplica a tecnologia dos computadores aos grupos nominais.

Relação entre o processo de tomada de decisão e os estilos de liderança

Existe uma relação substancial entre o processo de tomada de decisão e estilos de liderança, pois a qualidade de qualquer decisão tomada é o fruto de estilo de liderança optado pelo líder para resolver certo problema ou evento que periga o processo de ensino e aprendizagem.

Entretanto, segue a relação de cada estilo de liderança e o processo de tomada de decisão.

·         Liderança autocrática

Nesta liderança o líder tende a tomar decisões sem a participação mínima dos seus colaboradores.

As decisões que advêm deste estilo são mais pessoais por parte do líder (director da escola). Cabendo aos subordinados (professores) apenas implementa-las sem questionamento.

·         Liderança participativa

Nesta liderança o líder, perante um problema, ouve em primeiro lugar as diferentes opiniões dos seus colaboradores e, no final, quando há divergência entre estes, toma a ultima palavra (decisão).

·         Liderança liberal

Nesta liderança a tomada de decisão é feita totalmente pelos subordinados sem consultar ao director (líder).

·         Liderança democrática

O processo de tomada de decisões neste estilo é feito pelo todo grupo.

O líder, reúne toda a comunidade escolar, principalmente os professores e se apresenta como sendo igual a todos outros membros.

Geralmente nesta liderança usa-se o princípio de “ a maioria é que vence”, mas obedecendo as etapas de tomada de decisão.

Qualquer decisão tomada é geralmente implementada pelo professor,” …visto que este é o real gestor do processo de ensino e aprendizagem.” Barroso (2005).

Portanto, esta liderança relaciona se com o processo de tomada de decisão, na medida em que abrange toda a comunidade escolar na determinação de directrizes para melhor se alcançar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

Bibliografia

Manual de Psicossociologia das Organizações UEM

Manual de Liderança e Gestão de equipas (documentação de apoio)
Manual de Teorias de Administração e Gestão de Educação   UEM

Liderança e processo de tomada de decisão

                               

Introdução

Neste tema vai se desenrolar questões ligadas a liderança e ao processo de tomada de decisão nas organizações escolares.

Falar da liderança e o processo de tomada de decisão nas organizações é tocar nos aspectos muito substanciais em qualquer organização escolar, pois a qualidade de processo de ensino e aprendizagem depende de como é encarada a liderança e como é procedido o processo de tomada de decisão.

Para dar corpo a este tema, os pontos a serem abordados vão obedecer a seguinte sequencia:

·         Definição do conceito de liderança;

·         Elementos essenciais da liderança;

·         Características de um líder eficaz;

·         Tipos ou estilos de liderança (estilo mais apropriado para a realidade escolar);

·         Definição de tomada de decisão ;

·         As principais etapas de tomada de decisão;

·         Técnicas de tomada de decisão;

·         Relação entre o processo de tomada de decisão e a liderança.

 

 

 

 

 

Definição de liderança

Liderança -é o processo de exercer influencia sobre o individuo ou grupo de indivíduos através da comunicação, nos esforços para a realização de um objectivo em determinada situação. Chiavenato, (1999)

Megginson (1998), define a liderança como sendo um processo através do qual um individuo influencia os membros do grupo, tendo em vista o alcance de metas organizacionais.

Para Robbins (2002), liderança é a capacidade de influenciar um grupo em direcção ao alcance de um determinado objectivo e advoga que a origem dessa influência pode ser formal, como conferida por um alto cargo na organização, assim como informal.

Na luz destas definições, a liderança é o processo de influenciar por meio de comunicação um indivíduo ou grupo de pessoas para trabalharem com vista ao alcance de objectivos pré definidos.

Elementos essenciais da liderança

O processo de liderança é baseado pelos seguintes elementos:

- Existência de duas ou mais pessoas;

- Influencia sobre essas pessoas ;

- Processo de comunicação como meio de liderança;

- Existência de um objectivo comum

Características de um líder eficaz

Para que o líder consiga influenciar os membros para o alcance dos objectivos da organização, este deve possuir algumas características que o distingue dos outros membros. Assim, de acordo com Robbins (1994), o líder eficaz deve possuir as seguintes características:

- Ter autoconfiança ;

- Conseguir que o trabalho seja correctamente executado;

- Demonstrar interesse pessoal pelos problemas dos seus subordinados;

- Desenvolver um bom trabalho de equipa;

- Fazer com que os outros o percebam como um bom companheiro ;

- Inspirar confiança nos subordinados ;

- Ser bondoso mas sem demonstrar fraqueza;

- Liderar e não comandar;

- Ser capaz de resolver e enfrentar corajosamente os problemas.

Estilos de liderança

De acordo com Chiavenato (1987), Megginson (1986) e Robbins (2004), os estilos de liderança podem ser: autocrático, participativo, democrático e liberal.

1.       Liderança autocrática

Na liderança autocrática, o líder fixa directrizes sem a participação do grupo (professor ou o conselho da escola em geral), determina as técnicas para a execução das tarefas;

Limita-se a comunicar aos seus subordinados o que eles tem de fazer e espera ser obedecido sem problemas;

O líder é visto como “forcador, dominador” ;

O líder tem uma postura essencialmente directiva, dando instruções concretas, sem deixar espaço para a criatividade dos subordinados.

As consequências desta liderança estão relacionadas com uma ausência de espontaneidade e de iniciativa por parte dos liderados, bem como pela inexistência de qualquer amizade no grupo (entre o líder e os liderados). O trabalho só se desenvolve na presença física do líder, visto que quando este se ausenta, o grupo produz pouco e tende a indisciplinar-se, expandindo sentimentos de opressão. O líder provoca grande tensão, agressividade e frustração no grupo.

2.       Liderança participativa

Nesta liderança, o líder envolve os subordinados no processo de tomada de decisões mas retém sempre a autoridade final, isto é, tem sempre a ultima palavra.

3.       Liderança democrática

O líder envolve bastante os seus subordinados no processo decisório.

É o grupo em conjunto que esboça as providências e técnicas para atingir os objectivos.

As directrizes são decididas pelo todo grupo. O líder tenta ser um membro igual aos outros elementos do grupo.

Esta liderança promove o bom relacionamento e amizade entre o grupo. O comportamento do líder é essencialmente de orientação e de apoio.

Surgem em resumo grandes qualidades de relação a nível interpessoal, bem como bons resultados do processo de ensino e aprendizagem.

4.       Liderança liberal

O líder é permissivo, deixa os seus subordinados fazerem fundamentalmente o que querem. Os liderados tem liberdade total para tomar decisões quase sem consultar o líder. Os elementos do grupo tendem a pensar que podem agir livremente, tendo também as vezes o desejo de abandonar o grupo, visto que não esperam nada do líder.

Nesta liderança, reina a desorganização, a confusão, o desrespeito e a falta de uma voz que determine funções e resolva conflitos.

 

Mediante a estes estilos de liderança, para a realidade escolar, cabe ao líder (director ou DAP) escolher o estilo que melhor se adapte ao real comportamento dos seus subordinados. Mas o melhor seria o estilo que mais resultados positivos tragam, quer para o líder, quer para os professores ou comunidade escolar em geral. Neste caso o estilo mais apropriado seria o democrático, visto que promove o bom relacionamento e amizade entre toda a comunidade escolar e os professores sentem-se motivados por trabalharem em conjunto com líder.

Entretanto, salienta-se que a liderança democrática por si só não é a mais apropriada ou seja, nenhum estilo é melhor que outro. (acho).O líder deve estar atento as mudanças comportamentais dos seus subordinados, competências do grupo, sempre que a situação permitir pode adoptar outro estilo de liderança.

Por exemplo, um líder (DAP) liberal que perceba que os seus colaboradores (professores) demoram com a entrega do aproveitamento trimestral, pode adoptar um estilo mais autoritário.

Da mesma forma um líder democrático que perceba que os seus colaboradores são competentes e dedicados em todas actividades escolares, pode optar em algum momento por liderança liberal (deixando-os a trabalhar livremente) pois depositou confiança neles.

Os estilos vão variando conforme a motivação dos professores ou da comunidade escolar em geral.

Sendo a motivação das pessoas variada e variável, a escolha do estilo de liderança deve ser bastante flexível e dinâmica. Portanto, não há normas rígidas ou regras. É importante atender que quanto mais congruente for o estilo adoptado com as motivações do grupo, mais provável é que a liderança corresponda ao que os liderados esperam dela. Fachada (2000)

Um estilo de liderança tem de estar adaptada a cada sujeito (professor) ou equipa e a tarefa em causa. Consoante as diferentes tarefas, o mesmo indivíduo pode ter mais eficácia com estilos de lideranças também diferentes.

Assim,” a liderança é mais arte do que ciência. Nessa arte, o líder tem de aplicar a sua experiencia e o seu bom senso para decidir quando, como e com quem deve usar cada um dos estilos de liderança.” Estanqueiro, (1992)

Contudo, uma liderança apropriada a realidade escolar é aquela que atende as necessidades concretas dos professores ou de toda a comunidade escolar.

Mas é importante salientar que é sempre conveniente o líder optar em liderança democrática numa primeira fase. Os outros estilos vão ser implementados sempre que o grupo demonstrar um comportamento que obrigue uma mudança de liderança por parte do líder.

 

Tomada de decisão

Definição de tomada de decisão

Segundo Menterberg citado por ferrow (1972:219), tomada de decisão é um conjunto de acções e factores dinâmicos e cognitivos que tem inicio com a identificação de um problema e qual desencadeia uma acção e termina com a escolha de um plano de acção (dentre vários).

 

Etapas fundamentais de tomada de decisão

O processo de tomada de decisão é baseado nas seguintes etapas principais:

1.       Definir e diagnosticar o problema

Nesta etapa faz-se o levantamento dos dados e factos relativos ao problema (causas e possíveis implementações na organização).

2.       Definição de objectivos

Onde se identificam os que se pretendem alcançar com a tomada de decisão.

3.       Levantamento das alternativas possíveis

Depois de identificado o problema real, faz-se o levantamento das alternativas possíveis.

4.       Avaliação e comparação das alternativas

Nesta etapa verificam-se as vantagens e desvantagens de cada alternativa ou curso de acção, compara-se e faz-se a avaliação custo/beneficio para se verificar as possíveis consequências de cada alternativa.

5.       Selecção da melhor alternativa

Nesta etapa, parte se de principio que a alternativa seleccionada é satisfatória e não a óptima.

6.       Implementação e monitoria da alternativa seleccionada

A implementação de alternativa escolhida implica, em primeiro lugar, planear a implementação, onde devera haver a alocação correcta dos recursos, estabelecimento do orçamento, cronograma para o cumprimento das acções e atribuição de responsabilidades.

O processo de monitoria é que fornece o feedback porque a tomada de decisão é contínua e pode desencadear um novo ciclo. Quando há feedback o risco no novo ciclo torna-se reduzido.

Técnicas de tomada de decisão

1.       Brainstorming

É uma técnica de gerar ideias para a solução do problema que consiste na apresentação de alternativas pelos membros do grupo sem qualquer análise crítica.

2.       Grupo Nominal

É uma técnica que, fundamentalmente se traduz numa reunião de grupo em que os seus membros apresentam as suas ideias face a face, mas numa forma sistemática e independente.

O processo de grupo nominal segue as seguintes etapas:

- Apresentação do problema;

- Geração de ideias;

- Apresentação individual e registo de cada ideia;

- Clarificação e discussão das ideias apresentadas;

- Ordenação e classificação das ideias apresentadas;

- Classificação global

3.       Método Delphi

Funciona como a técnica do grupo nominal, mas sem a presença física dos membros e contempla as seguintes fases:

- Identificação do problema e apresentação do questionário aos membros do grupo;

- Resposta ao questionário de forma anónima e independente;

- Compilação das respostas e sua distribuição pelos membros do grupo acompanhadas de questionário revisto;

-respostas ao novo questionário da mesma descrita na segunda fase;

-repetição da 3ª e 4ª fase ate se atingir uma solução de consenso.

4.       Reuniões electrónicas

A técnica das reuniões electrónicas é um dos métodos mais recentes no que se refere as decisões em grupo, onde se aplica a tecnologia dos computadores aos grupos nominais.

Relação entre o processo de tomada de decisão e os estilos de liderança

Existe uma relação substancial entre o processo de tomada de decisão e estilos de liderança, pois a qualidade de qualquer decisão tomada é o fruto de estilo de liderança optado pelo líder para resolver certo problema ou evento que periga o processo de ensino e aprendizagem.

Entretanto, segue a relação de cada estilo de liderança e o processo de tomada de decisão.

·         Liderança autocrática

Nesta liderança o líder tende a tomar decisões sem a participação mínima dos seus colaboradores.

As decisões que advêm deste estilo são mais pessoais por parte do líder (director da escola). Cabendo aos subordinados (professores) apenas implementa-las sem questionamento.

·         Liderança participativa

Nesta liderança o líder, perante um problema, ouve em primeiro lugar as diferentes opiniões dos seus colaboradores e, no final, quando há divergência entre estes, toma a ultima palavra (decisão).

·         Liderança liberal

Nesta liderança a tomada de decisão é feita totalmente pelos subordinados sem consultar ao director (líder).

·         Liderança democrática

O processo de tomada de decisões neste estilo é feito pelo todo grupo.

O líder, reúne toda a comunidade escolar, principalmente os professores e se apresenta como sendo igual a todos outros membros.

Geralmente nesta liderança usa-se o princípio de “ a maioria é que vence”, mas obedecendo as etapas de tomada de decisão.

Qualquer decisão tomada é geralmente implementada pelo professor,” …visto que este é o real gestor do processo de ensino e aprendizagem.” Barroso (2005).

Portanto, esta liderança relaciona se com o processo de tomada de decisão, na medida em que abrange toda a comunidade escolar na determinação de directrizes para melhor se alcançar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

Bibliografia

Manual de Psicossociologia das Organizações UEM

Manual de Liderança e Gestão de equipas (documentação de apoio)
Manual de Teorias de Administração e Gestão de Educação   UEM

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A educação grega


Introdução

A educação grega teve duas formas diferentes. Essas diferenças são ilustradas pelas duas cidades destacadas na Grécia no que concerne a história de educação grega, nomeadamente: Esparta, onde a educação assumiu um papel de formação para guerra; e Grécia, onde ela assumiu um papel de formação intelectual.

No decorrer deste artigo, falar-se-á em forma de resenha sobre a educação grega em geral e focalizando a espartana e a ateniense, os seus conteúdos, os grandes educadores destacados, os métodos e a sua finalidade.

A educação grega

A educação grega estava centrada na formação integral do homem com ênfase no preparo militar e intelectual conforme a época e o local.

As famílias quando não existia a escrita davam a educação seguindo as tradições religiosas.

A educação física era essencialmente militar.

Para os gregos, o homem e a educação estão intimamente ligados, portanto o homem só será homem pela educação e só vale pela educação.” A educação é o princípio por meio do qual a comunidade humana conserva e transmite a sua peculiaridade física e espiritual.” (JAERGER, 1936: 3)

Os dois grandes educadores gregos

A educação grega em forma arcaica foi representada por duas figuras importantes, a saber: Homero e Hesiodo.

Portanto, nessa vertente temos duas formas de educação: educação homérica e educação hesiodeica.

1.       A educação homérica

Homero é considerado o educador de toda a Grécia, segundo Platão (Cfr, MANACORDA. 2002: 41)

A abordagem homérica em educação era virada para a classe dominante, a qual era educada na arte de falar bem na assembleia e na arte de guerrear.

2.       A educação hesiodeica

Hesiodo tinha um modelo educacional destinado para todo povo. Ele entendia que a sabedoria era melhor que a forca, pois a educação não se deveria simplificar a vertente guerreira.



·         Educação em Esparta

A educação espartana era de carácter militar, com o objectivo fundamental de formar soldados educados no rigor de defender a colectividade ou o Estado.

Era uma educação que admitia os castigos físicos.

·         Educação em Atenas

A educação ateniense priorizava a formação intelectual sem deixar de lado a educação física, que estava acompanhada por uma preocupação moral e estética.

Nas escolas de Atenas aprendia-se a ginástica, música e o alfabeto.

Em cada etapa de aprendizagem existia um professor, a saber:

- Citarista (mestre de musica);

- Pedotriba (mestre de ginástica);

- Gramatista (mestre da escrita e leitura);

- Pedagogo que era um escravo que pegava a bagagem da criança, acompanhava-a, ensinava-a boas maneiras, ajudava-a a repetir as lições e decorar os poemas.

Em geral afirma-se a Grécia tinha três níveis de educação:

Educação elementar, educação secundária e superior.
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